A análise de Sílvia Barata, CEO da BP Portugal
Os resultados deste barómetro revelam que 62% das empresas não registam impacto relevante nas suas cadeias de abastecimento, apesar das tensões geopolíticas e da escassez de matérias-primas. Contudo, a identificação de efeitos, ainda que ligeiros, por 32% dos inquiridos, sinaliza vulnerabilidades latentes que podem escalar perante choques prolongados ou agravados. Do ponto de vista económico, este quadro traduz duas realidades complementares: por um lado, a resiliência construída em sectores com cadeias de valor diversificadas; por outro, a crescente interdependência global, que expõe empresas a riscos sistémicos, desde a disrupção logística até à volatilidade dos preços da energia e matérias-primas. Para a bp, enquanto empresa integrada de energia, este tema é central: a robustez das cadeias de abastecimento deve ser vista não apenas como uma vantagem competitiva, mas como um requisito estratégico para garantir segurança energética e apoiar a transição para fontes mais limpas. Isso implica diversificação geográfica, investimento em digitalização e inovação na gestão logística, bem como parcerias sólidas ao longo da cadeia de valor. Em síntese, o barómetro confirma que a percepção de impacto ainda não é generalizada, mas evidencia sinais de alerta que não devem ser ignorados. A resiliência operacional e a capacidade de adaptação serão determinantes para assegurar competitividade num ambiente global onde a instabilidade tenderá a ser recorrente.
Testemunho publicado na edição de Outubro (nº. 235) da Executive Digest, no âmbito da XLIV edição do seu Barómetro.














